O processo de filme - O Negativo (E o “Zone System”)
Em O Negativo, Ansel Adams trata sobre o aspecto da fotografia, tais
como: luz e filme, exposição, filtro, procedimentos no laboratório entre
outros. Para que
possamos obter uma boa cópia, temos que usar o controle de imagem, é com ele
que analisamos minuciosamente o negativo e vamos fazendo pequenas provas até
chegarmos à cópia perfeita.
Sentia-se necessidade de criar um sistema prático que fosse preciso e
adaptável a qualquer aspecto técnico ou expressivo da fotografia. Foi então que
nasceu o sistema de zonas (Zone System). O primeiro plano foi baseado no artigo
de John L. Davenport, que apresentava métodos de revelação para alcançar
densidades parecidas de uma série de exposições deixando o negativo mais ou
menos tempo no revelador.
Desde o início dos anos 40, o sistema de zonas foi desenvolvido como um
método prático de ensinar fotografia.
É preciso treinar nossos olhos para ver como a
objetiva vê, ou seja, tentar treinar para que possamos visualizar a
imagem como se já estivesse no negativo em preto e branco. Não é uma tarefa
fácil, afinal, estamos acostumados a ver tudo em cores e mudar para um mundo
surreal seria muito radical e complexo, mas é um dos meios para se aprofundar
mais no assunto do negativo e de sua funcionalidade.
Sabemos que o que vemos é diferente do que aquilo que a câmera captura.
A luz pode variar conforme o comprimento da onda. Tanto a radiação ultravioleta quanto a
infravermelha (invisíveis) são capazes de expor a maioria das emulsões
fotográficas, do mesmo modo que outras formas de radiação, como os raios
X. Quando a
luz atinge uma superfície, ela pode ser transmitida, absorvida ou refletida,
depende do objeto.
Nossos olhos se adaptam às alterações na luminância mas o entendimento
de que certo material é “branco” está relacionado com nossa percepção de sua
verdadeira luminância.
Os compostos do filme
A fotografia depende, basicamente da redução química do metal prata a
partir dos haletos de prata que são expostos à luz. O haleto de prata é um
termo que desencadeia um grupo de compostos de prata com cromo, cloro e
iodo. Os cristais de haletos de prata expostos à luz são ativados e serão
reduzidos a partículas pretas de prata durante a revelação. Na revelação, as
partes do filme que ficam expostas a muita quantidade de luz, ficam com maior
densidade. Já as que ficam sob menos luz, produzem menos densidades. As áreas
escuras correspondem às áreas brilhantes, as áreas densas são as áreas claras e
as menos densas produzem áreas escuras.
O negativo perfeito é aquele exposto e revelado de acordo com os tons
visualizados para a cópia funcional ou expressiva.
Os filtros são utilizados para neutralizar ou dar mais ênfase a alguma
coisa.
Laboratório
O laboratório depende de cada fotógrafo e a sua maneira que achar melhor
trabalhar, mas os elementos devem estar distribuídos da seguinte forma: secos
com secos e molhados com molhados.
Tempo e temperaturas de revelação
A temperatura está muito relacionada a manuseios com produtos químicos.
Na fotografia foi estabelecida uma temperatura padrão de 20ºC. Pois em
temperaturas superiores a emulsão fica mais mole e sucessível à afração e
arranhões e temperaturas inferiores prolongam o processo de revelação e
diminuem a velocidade de reações químicas.
Expansão e contração
O propósito de cada uma delas é alterar a escala de densidade do
negativo que tem sido exposto a um espectro de luminância maior ou menor
que o normal.
Reveladores para finalidades especiais
Piro
(ácido pirogálico): possui um efeito de curtimento sobre
a emulsão, endurecendo-a durante a revelação, reduzindo a migração lateral da
prata criando um alto grau de acultância. Também possui uma ação corante que é
proporcional a quantidade de prata reduzida.
Procatequina
(catecol): evita a penetração do revelador nas
camadas inferiores da emulsão produzindo uma revelação suave das densidades
elevadas.
Amidol: altamente eficiente na quantidade de haleto de prata reduzido por uma
certa quantidade de revelador.
Fenidona: é um agente revelador que, às vezes, é usado para substituir o metol
nas fórmulas de metol e hidroquinona. Usados em menor quantidade, porém, com
mais qualidade para filmes mais delicados. Com menos reações alérgicas.
Intensificação
e redução: são importantes nas densidades de um
negativo após a revelação.
Conclui-se que cada fotógrafo terá um olhar diferente sobre sua fotografia.
Ela pode não sair perfeita, talvez a seus olhos seja, assim conforme os ajustes
e métodos por ele utilizados.
Fonte:
O Negativo, Ansel Adams - SENAC.